Mesmo podendo funcionar, pequenos comerciantes sofrem com queda no movimento na cidade da região metropolitana de BH

Há duas semanas, o movimento na loja de laticínios estava normal. Há uma, o número de clientes aumentou, e o volume de compras também - era gente que fazia estoque de comida. Nesta semana, porém, os clientes são poucos, e a mercadoria segue nas gôndolas. É assim que o comerciante Ítalo César Madureira, da loja Melhor da Roça, em Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte, observa o vaivém de seu público nos últimos dias.

"Está todo mundo apreensivo, as pessoas estão tristes", diz e, só depois, se atenta aos números. "A renda caiu muito, nós estamos sobrevivendo mais de fé. Calculo que houve uma redução entre 30% e 40% dos clientes", completa.

Para minimizar o impacto, as alternativas seguidas são as mesmas que se espalham por outros comerciantes, com funcionários trabalhando de luva e máscara, uso de álcool em gel e investimento em delivery (as encomenda são pelo telefone 3636-8525, com entregas restritas a Santa Luzia e região). Além disso, Madureira garante que não fez qualquer alteração de preços e tem até investido em promoções. "Estou trabalhando com a margem baixinha, minha preocupação é pagar as três funcionários. Uma já estava querendo sair, eu aproveitei que ainda tinha dinheiro e acertei com ela", reflete.

O temor do desemprego é uma realidade. Operador de caixa em uma açougue, uma funcionária, que não quis se identificar, observa a falta de clientes com preocupação. "Trabalho aqui há alguns anos e nunca vi um movimento tão fraco. Com certeza não sabemos como vai ficar daqui pra frente", diz ela que tenta agilizar ao máximo a fila, para não manter contato com ninguém.

Dicas

Em seu site, a a Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas orienta os pequenos comerciantes a investirem em e-commerce e serviços como delivery neste período e dá uma série de orientações como: negociar novos valores com fornecedores e prestadores de serviço; estabelecer parcerias; reavaliar custos; intensificar a comunicação digital e até mesmo avaliar o fechamento temporário. "É importante que analise se é mais vantajoso manter a empresa aberta ou se compensaria a possibilidade de um meio turno, revezamento de equipe, férias coletivas ou home office", informa.

Fonte: O Tempo