Centenas de manifestantes pró-governo ocupam o cruzamento da avenida Paulista com a alameda Pamplona, em São Paulo. Entre eles, há muitos idosos que dizem não temer a pandemia do novo coronavírus (COVID-19), apesar de estarem no grupo de risco e de a capital paulista ter o maior número de casos da doença no país.

Vários manifestantes usam máscaras para tentar evitar o contágio do novo coronavírus. O comerciante Claudio de Moraes Sanches, de 73 anos, disse que mesmo com os riscos não poderia deixar de comparecer ao ato.

“Estou na faixa de risco para o coronavírus. Sou diabético, tenho baixa imunidade, transplantado, infartado, mas acima de mim está o Brasil. O que me faz estar aqui é o Brasil, o patriotismo”, disse.

Já a aposentada Luzia Prá, de 82 anos, não teme ser infectada. “Eu tenho 82 anos e quem morre de véspera é peru. Morrer todo mundo vai um dia. O que eu quero é deixar um país bom para os meus netos”.

Diante do aumento de casos de pessoas infectadas pelo novo coronavírus no Brasil, as autoridades emitiram alertas para que a população evite aglomerações em espaços públicos. Em São Paulo, a prefeitura determinou o cancelamento de eventos com mais de 500 pessoas.

Em outro momento de desrespeito às regras públicas, os manifestantes decidiram adentrar a avenida Paulista com o carro de som do protesto. Não havia autorização da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) para interdição com carro de som na Paulista.

Wagner Cunha, do Movimento Direita Conservadora, disse que os manifestantes arcaram com o custo da ação de desobediência civil. “Pedimos para cada um dar 5, 10 reais para colaborar. Nós vamos desobedecer as ordens deles (autoridades), pra eles entenderem que quem manda no Brasil é o povo brasileiro”.

A invasão da avenida Paulista ocorreu por volta das 15h30, após os manifestantes arrecadarem R$ 5.800 para o pagamento da infração.

A Polícia Militar acompanha o ato e não divulgou uma estimativa oficial de público.


Fonte: CNN Brasil