A Alibaba anunciou na quarta (16) o funcionamento de uma fábrica piloto na cidade de cidade de Hangzhou, na China. Não foi exatamente uma inauguração. O espaço já está funcionando há 3 anos. A novidade é que só agora a empresa informou o modelo de negócios por trás da estrutura. A unidade é a primeira “fábrica inteligente” da marca. A Alibaba está testando no local sua capacidade de entender o consumidor e prever demandas.

A fábrica que sabe o que você vai querer

A inteligência da nova fábrica vem de uma tecnologia de interpretação de dados. A Alibaba informou que está usando informações reunidas nos anos de experiência no e-commerce para para ajudar marcas a decidir o que produzir. Em outras palavras, a empresa analisa as vendas online analisa e diz à fábrica o que está emergindo como tendência de acordo com o comportamento dos consumidores. A  Alibaba disse que “usará dados coletados de tráfego de e-commerce, pesquisas e vendas para ajudar as marcas a antecipar quais itens serão populares e colocá-los no mercado rapidamente”. Assustador ou incrível, você decide

Com que roupa eu vou?

A nova fábrica está sendo operada por uma divisão interna da empresa chamada Xunxi Digital Technology Company e que, no momento, está focada no trabalho com empresas de vestuário. A unidade está equipada com máquinas de corte e costura e correias transportadoras que podem ser rastreadas remotamente via smartphone. Será que a inteligência de dados da Alibaba vai conseguir prever a próxima tendência da moda? Alain Wu, diretor-executivo da subsidiária Xunxi, parece apostar que sim. À Bloomberg, ele disse que a nova tecnologia de interpretação de dados da Alibaba “permite que os fabricantes tradicionais melhorem a lucratividade e reduzam os níveis de estoque, ao mesmo tempo que são capazes de atender a essas necessidades de personalização".

Alibaba offline

Além da novidade tecnológica, a nova fábrica da Alibaba está sendo muito comentada por ser mais um passo da empresa para o mundo offline. Em 2016, a gigante do e-commerce abriu a primeira loja física, a Freshippo, para vender alimentos. A rede agora tem centenas de unidades espalhadas pela China e é avaliada em USD 12 bilhões.Não está confirmado ainda, mas o próximo investimento da Alibaba em uma iniciativa parcialmente offline deve ser a aquisição da Grab, uma empresa de caronas semelhante à Uber que opera na Ásia. A valor da compra estaria em USD 3 bilhões, e a Alibaba estaria planejando também adquirir a porção da Grab detida pela Uber para tornar-se a única controladora da empresa. Segundo a Bloomberg, a companhia de transporte ainda não confirmou oficialmente a venda.O crescimento econômico da China deu uma desacelerada, e concorrentes começam a ameaçar o posto da Alibaba de líder no mercado online. Esses são apontados como os motivos para o reposicionamento da marca, que passa a buscar novos espaços. 

E no Brasil?

Por incrível que pareça, essa conversa toda sobre os novos rumos da Alibaba tem a ver conosco aqui no Brasil. É que toda vez que se fala da privatização dos Correios, o nome da empresa chinesa é citado. A Alibaba aparece como uma das cotadas para comprar o serviço de postagens. Fala-se também da Amazon e do Mercado Livre. Mas vamos com calma porque, por enquanto, tudo isso não passa de especulação.


Fonte: The Brief