As mulheres compõem a maioria do eleitorado brasileiro (52,49%) e Luziense (53,4%), mesmo assim são minoria entre os candidatos a vereador em Santa Luzia.

Levantamento feito pelo vitrine através do Divulgacand da Justiça eleitoral e do Site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mostram um ligeiro aumento no número de candidatas mulheres nas eleições municipais desta ano em relação a 2016. Porém este número representa apenas 31,2% das mulheres disputando um cargo eletivo para uma população de eleitores majoritariamente feminina. 

Desde 2018, a Justiça eleitoral permite que as pessoas usem seu nome social no título de eleitor e, em 2020, quase 10 mil eleitores vão exercer este direito. Apesar de contarmos com um candidato a Prefeito declaradamente homossexual e defensor das causas LGTBI+, o PSOL não apresentou candidatos com nomes sociais ao cargo de vereador. A polarização da discriminação, pode ter influenciado pela não divulgação. Segundo o TSE, nenhum candidato Luziense a cargo eletivo declarou nome social este ano. Isto é um retrocesso para a representatividade e luta às causas LGBTI+ em Santa Luzia. 

O Parágrafo 3º do artigo 10 da Lei 9.504/1997 determina que pelo menos 30% dos candidatos de cada partido ou coligação devem ser do sexo minoritário, nesta eleição, mulheres. Segundo esta Quota, os partidos com maior número de candidatos inscritos, PSL e PV, devem ter no mínimo nove mulheres como candidatas. A exigência tem feito com que partidos estimulem algumas candidaturas apenas para compor chapa majoritária. O que desestimulou muitas mulheres a aventurar-se na carreira política. 

Em 2016, as mulheres representavam 52,21% do eleitorado brasileiro e elegeram apenas 13,3% dos candidatos. Em 2018, elas eram 52.50% do eleitorado e elegeram 16,11%. 

No último pleito em Santa Luzia, foram eleitas Roseli Pimentel (Prefeita), Emilia Alves, Suzane Duarte e Luiza do Hospital (Vereadoras). Roseli renunciou após um intenso processo de perseguição e linchamento público de sua imagem. A ex prefeita foi réu em um processo de impeachment e acabou abdicando do cargo após receber ameaças de morte e ter sua família exposta dentro e fora das redes sociais. Emilia alves foi presa em 2017 após operação do Ministério Público na Câmara Municipal, que investigava esquema de desvio de recursos públicos. Luiza do Hospital e Suzane seguiram seus mandatos e são candidatas à reeleição. Suzane tentará mandato coletivo

Mais uma mulher candidata a Prefeito

Se teremos apenas 31% entre candidatas a vereador, haverá apenas uma candidata a prefeito em Santa Luzia. Conceição Nunes do PT é a única mulher a disputar o cargo majoritário este ano. Negra, mãe, assistente Social, catequista e coordenadora da Pastoral Afro, Conceição não se intimida frente ao desafio de representar 53,4% do eleitorado feminino Luziense. Além de mulher, Preta como é conhecida, é uma representante da periferia, dos negros e das mães da cidade. Segundo ela, Santa Luzia, precisa de mais mulheres na política. 

O ideal de representatividade é compartilhado por Suzane Duarte, que junto de outras duas amigas de infância, tentará um mandato coletivo. Segundo a vereadora, "esta é uma forma nova de fazer política com vários corpos. A ideia é compartilhar poder, mostrar que há outras formas de exercer a democracia".