O Ebola está se espalhando novamente pela África Central depois da confirmação do registro de 50 mortes e 124 novos casos na República Democrática do Congo.

O país tem sido elogiado por seu manejo da pandemia Coronavírus este ano, com casos na África menores do que na Europa, Estados Unidos ou Ásia. Mas outras doenças infecciosas mortais não têm sido tão fáceis de conter nos últimos anos, incluindo o Ebola, que matou mais de 11.000 pessoas na África Ocidental de 2013 a 2016. Agora, a doença está se tornando uma ameaça crescente no Congo, de acordo com o Comitê Internacional de Resgate.

"Estamos alarmados que o novo surto continue a reivindicar a vida da população da RDC em uma taxa alta, já que mais de 40% das 124 pessoas infectadas morrem pela doença. O impacto desse surto é agravado por desafios logísticos complexos em áreas rurais ao redor de Mbandaka, e uma situação difícil na RDC República democrática do Congo), à medida que as comunidades lutam para se recuperar de anos de infraestrutura de saúde precária, de um surto de Ebola anterior em 2018 na mesma área, e agora da pandemia covid, que até agora tirou a vida de mais de 270 pessoas no país". Revelam autoridades do país africano

Com um caso recente de Ebola na fronteira com a República do Congo, esse surto pode se espalhar pelas fronteiras internacionais.


No mês passado, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, classificou o crescimento do surto na África como "preocupante". Ele acrescentou que a OMS tem cerca de 100 funcionários no Congo trabalhando com o Ministério da Saúde, agências não governamentais e pessoas nas comunidades para lidar com o surto. Tedros disse ainda que acrescentou que foram disponibilizados $2,5 milhões em fundos de resposta a emergências para apoiar a crescente crise. "O Surto de Ebola foi um dos mais difíceis que o mundo já enfrentou" completa.
"Seja COVID-19, Ebola ou outras epidemias de alto impacto, devemos estar preparados, devemos estar em alerta máximo e devemos responder rapidamente."
A OMS também alertou no início deste ano que o Ebola poderia se espalhar pelas fronteiras da África. No início de setembro, Bomongo foi a última área afetada pelo Ebola. A província está localizada entre os rios Ubangi e Congo e foi a segunda região afetada a fazer fronteira com o Congo.

A porta-voz da OMS, Fadela Chaib, alertou que outros países também estavam em perigo, especialmente Mbandaka, capital da província do Equador. Segundo ela, "A população destas regiões corre grande perigo. Mbandaka, por exemplo, é um centro estratégico no rio Congo, e há medo e estigma em torno da doença". 

Por ser um centro comercial, a OMS também está ajudando a examinar os viajantes. Chaib acrescentou que a doença pode se espalhar pelos rios da região.

Em maio, a OMS também alertou que 190.000 pessoas na África poderiam morrer do Novo coronavírus. Até o Momento o continente registrou 1.210.251 casos com 35.459 mortes.  Hospitais em muitos países africanos revelam que as taxas de internação por COVID-19 caíram.

Rashida Ferrand, professora do Parirenyatwa Hospital Group, na capital do Zimbábue, revelou que  "é improvável que vejamos algo na escala que estamos vendo na Europa – tanto em termos de infecções quanto de mortalidade na Africa".