Três receptadores foram presos; crime está ligado ao tráfico de drogas
Com a prisão de três homens, Paulo Isidoro, de 35 anos, em Belo Horizonte, Waldemir Gonçalves, de 61 anos, em Santa Luzia, e João Lúcio, conhecido por João Bala, em Contagem, a Polícia Civil começa a desmantelar uma associação criminoso especializada no furto de fios e cabos de energia, assim como baterias estacionárias de telefonia.
As investigações tiveram início no ano passado. Segundo o delegado Wagner Salles, chefe da Polícia Civil, o alvo principal das investigações foram os receptadores. A polícia esbarrou com proprietários de ferro-velhos e fundições, que se passavam por empresários, mas que na verdade seriam criminosos, já que toda a produção era oriunda de material roubado.
Alguns detalhes, segundo o delegado, chamam a atenção, como o caso de Santa Luzia, onde além do crime de receptação, Waldemir Gonçalves, que se apresentava como proprietário de uma fundição, é também envolvido em crime ambiental. “Ele retirava o material desejado, que servia para a fundição, de dentro de baterias estáticas, roubadas de estações de telefonia, e os restos, eram jogados no Rio das Velhas.”
Um dos presos, João Lúcio, conhecido por João Bala, tinha 53 passagens pela polícia, mas estava em liberdade. O delegado, ao ser cobrado sobre os motivos que permitem que uma pessoa com tantos crimes possa estar em liberdade, disse que cabe à polícia prender os criminosos, no entanto, quem cuida dessa parte é outro poder.
Nos três casos, segundo ele, todo o material utilizado nas fundições era adquirido por meio de roubo. “Apreendemos, nos três lugares, baterias estacionárias, fios de cobre, fios de alumínio, fios de alta tensão, fios de telefonia, que, nesse caso, foram mais de 100 quilos”, afirma o delegado Wagner.
Ele explica que a operação, batizada de 'Choque de ordem 2', prossegue, com o intuito de identificar quem seriam os receptadores intermediários, aqueles que recebem o furto e os repassam às fundições. “Esses são os que ganham muito dinheiro”, afirma.
O delegado afirma ainda que nos casos do material roubado, ele acaba retornando às cidades por meio de empresas públicas ou privadas, que acabam comprando o material oferecido por essas fundições.
Foi possível, também, identificar onde começa o elo dessa cadeia, ou seja, quem são os ladrões, segundo o delegado. “Os ladrões são pessoas em situação de vulnerabilidade social. São moradores de rua e usuários de drogas”, diz.
“Esse tipo de crime cria problemas para a sociedade de um modo geral, pois afeta órgãos públicos, empresas, paralisa o trânsito, deixa residências às escuras ou sem comunicação, ou seja, atormenta a sociedade”, finaliza o delegado Wagner. As investigações tiveram a participação do delegado Hugo Arruda.
Fonte texto: Jornal Estado de Minas
Fonte Imagens: G1
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