As vacinas para o vírus da covid-19 já estão sendo oferecidas em alguns países. Vimos imagens da primeira pessoa vacinada no Reino Unido. Na última segunda-feira foi a vez dos norte-americanos começarem sua vacinação. A maioria dos países também já tem planos apresentados ao público, com um cronograma bem definido.
Não é o nosso caso. O presidente continua sua inacreditável marcha anticiência e genocida, com declarações cada vez mais inapropriadas. O Ministro da Saúde parece não saber o que faz, o que fala, em que mundo está. Resta-nos contar com a diligência do STF ou de alguma decisão que venha do Legislativo e dos governos estaduais.
Há ao menos 210 vacinas contra o novo coronavírus em produção no mundo todo, segundo a OMS. Em estágio mais avançado estão a produzida pelo laboratório Astrazeneca em parceria com a Universidade de Oxford; a Coronavac, do laboratório chinês Sinovac, já encomendada pelo governo do estado de São Paulo; a russa Sputnik V, do Instituto Gamaleya; e as duas norte-americanas das empresas Pfizer, em parceria com o laboratório alemão BioNtech, e Moderna, em parceria com os Institutos Nacionais da Saúde dos EUA. Ainda não sabemos qual será a primeira aplicada no Brasil, nem quando, nem para quantas pessoas estará disponível.
Enquanto esperamos um plano de vacinação e torcemos para que a Anvisa atue em consonância com sua importância neste momento histórico, os casos de covid-19, hospitalizações e mortes estão aumentando. A previsão dos cientistas é que piore ainda mais com as festas de fim de ano. Por isso, um apelo, exatamente como tantos que enviamos no início da pandemia: se puder, evite aglomerações nas próximas semanas. Lembre-se que não visitar a família no dia 24 ou no dia 31 pode significar poder vê-la por muito mais tempo.
Você tem o direito de saber como a covid-19 está impactando a vida dos brasileiros. Por isso, nós não vamos parar de publicar as histórias mais importantes, nem deixar de levar informação gratuita para todos. O fim deste túnel está longe: não vai acontecer nenhuma mágica na virada de 2020 para 2021. A vacina é só um ponto de luz, infelizmente ainda mais distante para os brasileiros.
Leandro Demori
The Intercept
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