Levantamento feito pela Folha de São paulo a partir das fichas registradas no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), do Ministério da Saúde, revela que 2.360 pessoas tomaram a primeira dose da Covishield (AstraZeneca/Fiocruz) e o complemento da Coronavac (Sinovac/Butantan), enquanto outras 195 trilharam o caminho oposto. O arquivo inclui todos os contemplados com as duas aplicações até o dia (22) nos postos localizados em Minas.

Metade dos registros é de pessoas nas faixas etárias acima dos 70 anos. Para se ter uma ideia, mesmo representando uma parcela mínima do total de vacinados (0,23%), o erro poderia ter comprometido ou atrasado a imunização de até 1.180 mineiros com as duas doses da Coronavac, cujo intervalo entre as injeções é menor, de no máximo quatro semanas. 

O desperdício de doses foi registrado em 423 municípios mineiros . Belo Horizonte e Lavras concentram a maior parte dos casos, com 200 registros de pessoas que teriam sido vacinadas equivocadamente em cada uma das cidades. Em seguida, aparecem Governador Valadares (68), Santa Luzia (46), Uberaba (44) e Varginha (43).

De acordo com o protocolo do PNI, o cidadão deve receber o fármaco disponível no momento da convocação por grupo de prioridade, independentemente do fabricante e sem a opção de escolha. Mas a segunda aplicação precisa obrigatoriamente ser da mesma marca, pois as vacinas são fabricadas com tecnologias distintas.

A Prefeitura de Santa Luzia não se manifestou sobre o assunto.


Fonte: Folhapress