Já não é de hoje que a divulgação de casos sobre a Covid-19 em Santa Luzia levanta suspeitas de que possa haver manipulação destas informações. Dados imprecisos, com picos de casos e quedas abruptas com certa frequência, tornam o boletim diário cada vez menos confiável.

No Dia 26 de Outubro, o Boletim divulgado pela Prefeitura registrava 43% de ocupação de leitos de UTI no Hospital São João de Deus. Como que por milagre este índice caiu para 18% da noite para o dia e vem sofrendo variações abruptas a cada nova divulgação. 

No dia 09 de Novembro, foram registrados 529 óbitos por covid-19 na cidade. Curiosamente, no dia 10, um destes registros simplesmente desapareceu dos registros. O Caso se repetiu no dia 18 de Novembro, onde foram registradas 533 mortes pela doença e no dia 19, outro registro foi retirado do boletim. Usuários das redes sociais, especulam que os mortos da cidade tem tido o costume de voltar à vida, pelo menos nos boletins divulgados pela Prefeitura com dados da Secretaria Municipal de Saúde. 

Os Dados oscilam muito rapidamente, principalmente no número de ocupações nas unidades de Terapia intensiva da cidade. Outro dado muito estranho, é o baixo registro de novas infecções e o alto volume de mortes. Para se ter uma ideia, nos últimos 7 dias, Santa Luzia registrou (segundo o boletim), Apenas 12 novas infecções pela Covid-19 e 4 Mortes. É algo assustador pensar que a cada 3 novas infecções uma pessoa perdeu a vida para a doença. 

Outro fato estranho é que ao contrário das demais cidades da Região Metropolitana de BH, onde o acumulado do fim de semana é refletido no boletim de Segunda-feira, os maiores índices de santa luzia ocorrem no meio da semana, mostrando que a divulgação não é hegemônica. 

Há inconsistência de dados nas divulgações da Prefeitura, sem contar que registros de fins de semana, feriados não são divulgados. Existem ainda dezenas de boletins faltando, mesmo aqueles que deveriam ter sido divulgados por representarem dias úteis onde a comunicação e a Secretaria de Saúde atuavam. 

Houveram ainda dezenas de BUG's durante os últimos anos, o que propiciou atraso na divulgação de dados e omissão por parte das pastas envolvidas quando houve denuncias de que estas informações deveriam ser publicitadas. 

Segundo especialistas em direito administrativo, a falta de transparência nos dados do avanço da doença pode caracterizar um crime. O gestor é passivel a crime de responsabilidade, que tem como consequência, no final do processo, o impeachment.


Daniel Carlos