Projeto que tramita na câmara Municipal de Santa Luzia prevê reajuste de 40% a todos os servidores da casa.

Após um polêmico reajuste (em alguns casos de mais de 100%) nos vencimentos de servidores comissionados ligados direto e indiretamente à campanha do atual prefeito Christiano Xavier, será a vez da Câmara Municipal de Santa Luzia conceder (a portas fechadas) um pomposo reajuste no vencimento de servidores da casa. Segundo o Presidente em exercício Wander Carvalho, o aumento contempla todos os funcionários, sejam comissionados ou efetivos da Câmara. 

Apesar da justificativa do necessário aumento aos servidores efetivos (que não são contemplados com atualizações há vários anos e fazem parte  de um regime de reajustes ultrapassado), a maioria do efetivo da câmara é formado por servidores comissionados. Os efetivos somam apenas 16 pessoas, enquanto comissionados ultrapassam a marca de 120 funcionários. Seus salários variam de R$ 1.166,00, pagos a um Auxiliar de serviços gerais (vencimento abaixo do teto da categoria e abaixo do mínimo estipulado pelo governo R$ 1,212,00) a R$ 4.240,00 pagos a um Assistente Jurídico da procuradoria. 

Já os vencimentos de comissionados variam de 12.682,76 (pago aos vereadores) a R$ 1.177,75, pagos a um Assessor assistente Legislativo. São mais de R$ 350 mil mensais apenas com vencimentos para apenas 114 pessoas. O que dá uma média de R$ 2.944,40 para cada servidor comissionado (muito acima do pago no mercado). Há de se frisar que destes, 102 pessoas são indicações dos vereadores. Em geral são cabos eleitorais, amigos, familiares ou indicações de partidos ou apoiadores. A esmagadora maioria não tem experiência ou formação profissional para o salário de recebem. Alguns por exemplo, nem primeiro grau completo possuem. 

Porém há entre os comissionados, servidores essenciais, como é o caso das equipes jurídicas.  Apesar de atuarem ativamente na casa legislativa, há vereadores que ainda recorrem a escritórios particulares utilizando-se de verba de gabinete (são concedidos até R$ 2.000,00) para consultoria.

Só de vereadores e Comissionados, a Câmara gasta todos os meses, somente com vencimentos mais de R$ 550 mil, sem incluir as verbas extras, vales e benefícios. 

Cada vereador tem direito a gastar pouco mais de R$ 17.700,00 para contratar no serviço de comissão, servidores para atuarem em seu gabinete. Ao que parece não há um limite do número de funcionários, mas o teto deve chegar ao valor citado. Há discrepâncias gritantes entre os vencimentos nos gabinetes de alguns vereadores. São salários exorbitantes que ultrapassam 7 mil reais ou vencimentos abaixo do salário mínimo. Em alguns casos, os vereadores usam esta verba para complementar renda, através da contratação de amigos, parentes ou apoiadores. Apesar da prática ser proibida, ela é livremente aplicada há gerações no Legislativo Luziense. 

Confira abaixo um resumo dos vencimentos praticados por alguns vereadores da cidade:

Wander Carvalho - 17,666,33 (6 lotados)

maior salário chefe de gabinete R$ 5.005,46

menor salário Assessor de Gabinete R$ 2.061.07

Waguinho - 17,666,33 (4 Lotados)

Maior Salário: Chefe de Gabinete R$ 5.299,91

Menor Salário: Assessor Legislativo R$ 4.122,15

Paulo Pretão - 17,666,33 (5 lotados)

Maior Salário: Chefe de Gabinete R$ 5.299,91

Menor salário: Assessor de Gabinete 1.472,20

Paulo Cabeção - 17,666,33 (5 Lotados)

Maior Salário: Chefe de Gabinete R$ 5.299,91

Menor Salário: Assessor assistente Legislativo R$ 2.355,51

Paulo Bigodinho - 17.666,33 (7 lotados)

Maior Salário: Chefe de Gabinete R$ 5.888.78

Menor Salário: Assessor de Gabinete R$ 1.472,20

Nandinho - 17.666,33 (7 lotados)

Maior Salário: Chefe de Gabinete: R$ 4.122,15

Menor Salário: Assessor Legislativo R$ 1.766,64

Luiza do Hospital - 17.666,33 (5 lotados)

Maior Salário: Chefe de Gabinete R$ 5.299,91

Menor Salário: Assessor de Gabinete R$ 2.061,07

Lelei do Salão - 14.721,97 (7 lotados)

Maior Salário: Chefe de Gabinete R$ 5.299,91

Menor Salário: Assessor assistente Legislativo R$ 1.177,75

Lelei da Auto escola - 17.666,33 (6 lotados)

Maior salário: Chefe de Gabinete R$ 5.299,91

Menor Salário: Assessor de Gabinete R$ 2.061,07

Junin de Lau - 17.077,48 (5 lotados)

Maior Salário: Chefe de Gabinete R$ 7.066,64

Menor Salário: Assessor Legislativo R$ 1.766,64

Ivo Melo - 17.666,34 (7 lotados)

Maior Salário: Chefe de Gabinete R$ 2.944,39

Menor Salário: Assessor de Gabinete R$ 1.177,75

Menor discrepância entre vencimentos

Ilacir Bicalho - 17.666,37 (8 lotados)

Maior Salário: Chefe de Gabinete R$ 4.122,15

Menor Salário: Assessor Assistente Legislativo R$ 1.766,64

Henry Santos - 17.666,36 (6 lotados)

Maior Salário: Chefe de Gabinete R$ 6.772,10

Menor Salário: Assessor de Gabinete R$ 1.472,20

Glayson Johnny - 17.666,36 (5 lotados)

Maior Salário: Chefe de Gabinete R$ 5.299,91

Menor Salário: Assessor Assistente Legislativo R$ 2.061,07

Du do Salão - 17.666,34 (5 lotados)

Maior Salário: Chefe de Gabinete R$ 5.005,46

Menor Salário: Assessor Legislativo R$ 2.649,95

Cristiano Matos - 17.666,36 (7 lotados)

Maior Salário: Chefe de Gabinete R$ 5.888.78

Menor Salário: Assessor Assistente Legislativo R$ 1.472,20

André Leite - 17.666,36 (7 lotados)

Maior Salário: Assessor Legislativo R$ 5.299,91 

(Neste caso o Vereador emprega o ex vereador Ticaca)

Menor Salário: Assessor Legislativo R$ 1.177,75

Gastos Exorbitantes

São gastos R$ 215.682,76 Mensais com vencimentos para apenas 17 vereadores. O salário de um vereador em Santa Luzia é de 12,682,76. Cada parlamentar tem direito ainda a R$ 2.000,00 extras mensais de verba de gabinete para custear serviços. 

Reajuste para escolhidos do prefeito no Executivo

Segundo Publicação que consta no DOM (Diário oficial do Município de Santa Luzia), a prefeitura resolveu conceder um aumento substancial (em alguns casos o salário dobrou) para servidores COMISSIONADOS (muitos ligados a campanha do prefeito em 2018 e 2020). Os servidores EFETIVOS não tiveram direito às gratificações. Em 2018, Christiano Xavier promoveu um "pente fino" onde demitiu centenas de servidores que atuavam na gestão há vários anos. Dois anos depois, centenas de seguranças, vigias, auxiliares e profissionais de base foram demitidos com a justificativa de economia aos cofres públicos. Poucos meses depois vários imóveis da prefeitura foram invadidos. 

Enquanto sobram reajustes para garantir apoio nas eleições que se avizinham,  não há dinheiro para ajuda as famílias atingidas pelas chuvas na cidade.