A Prefeitura autorizou a partir desta sexta-feira (11), a não obrigatoriedade do uso de máscaras de proteção na cidade. A medida foi tomada uma semana após aumento expressivo no número de novas infecções e mortes em Santa Luzia.
Os números de novas infecções nos últimos 30 dias (índice que deveria servir de base ao executivo), cresceu 70% em relação ao registrado em 2021 e manteve a alta recorde registrada durante todo o mês de fevereiro. Foram 1068 novas infecções do dia 10 de fevereiro ao dia 10 de março e 22 mortes no período (quase uma nova morte por dia). São dados assustadores e que deveriam ser levados em conta pela Secretaria municipal de saúde ao adotar uma medida de relaxamento de restrições, aliás, a única aplicada pela gestão desde o início do ano.
Apesar das taxas de Ocupação de leitos de UTI e Enfermaria estarem em baixa, o número de mortes continua alto, acima inclusive da média de Belo Horizonte, maior metrópole da Região Metropolitana.
O uso de máscaras permanece sendo obrigatório em ambientes fechados, bem como em festas, escolas, academias, transportes coletivos e em outros transportes públicos, nos prédios, comércios, shows, cinemas, eventos corporativos, teatros e outras casas de espetáculos.
Até o momento, cerca de 85,6% da população (acima de 5 anos) recebeu ao menos uma dose da vacina, 70,12% recebeu a segunda dose e 32,76% a terceira dose de algum imunizante contra a Covid-19. Entre as crianças de 5 a 11 anos, pouco mais da metade ou 63,35%, receberam a primeira dose e apenas 5,32% receberam a segunda dose.
Segundo a secretária extraordinária de enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde, Rosana Leite, apesar do recuo no número de casos com o aumento de doses aplicadas, só a imunização não consegue realizar o controle da transmissão do vírus, e o uso de máscara e o distanciamento precisam continuar existindo.
“Porque mais que tenhamos evoluído, que tenhamos segurança e que saibamos que a imunização vai ajudar a solucionar a pandemia, temos ainda de adotar outras medidas concomitantes”, apontou.
Diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Alex Machado alertou que não se pode confundir a necessidade de retomada de atividades coletivas com o fim da pandemia, sob o risco de que decisões erradas possam trazer consequências nocivas no futuro.
Só a vacinação não garante proteção contra a Covid-19
Em vários países, o uso de máscaras faciais foi amplamente utilizado nos estágios iniciais da pandemia. No entanto, muitas regras foram relaxadas após o aparecimento da variante Ômicron, apesar das taxas de vacinação permanecerem abaixo dos limites potenciais para a chamada imunidade de grupo. No Brasil, diversas cidades tiraram a obrigatoriedade do uso em locais abertos.
“O nosso estudo enfatiza que a vacinação, por si só, não é suficiente para controlar a pandemia e que camadas sobrepostas de medidas de proteção são necessárias para limitar as mortes e os impactos econômicos”, explicou Bruce Y. Lee, autor sênior do estudo da CUNY Graduate School of Public Health & Health Policy, nos Estados Unidos.
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