Nancy Crampton Brophy, 71, é uma autora que publica suas obras de forma independente. Em 2011, ela escreveu um post de blog entitulado “Como matar seu marido”. Sete anos mais tarde, ela decidiu pôr em prática seus próprios conselhos e técnicas.
No ensaio, Nancy descreve diversos métodos para cometer um assassinato sem deixar provas e não ser pego. Afinal, “se o assassinato deve me libertar, certamente não quero passar nenhum tempo na cadeia”, conforme descrito no prefácio da postagem.
Embora declare que “é mais fácil desejar que pessoas morram do que realmente matá-las”, Nancy é incontroversa quanto à sua capacidade de assassinar alguém: “o que eu sei sobre assassinato é que cada um de nós tem isso em si quando pressionado o suficiente.”
Nancy era casada com Daniel Brophy, um chefe de cozinha de 63 anos. No dia 2 de junho de 2018, enquanto ele se preparava para iniciar o expediente no Oregon Culinary Institute, no sudoeste de Portland, cidade do estado de Oregon (EUA).
Naquele dia, Nancy foi filmada por câmeras de segurança chegando e saindo do local de trabalho do marido com seu veículo. Além disso, ela possuía a mesma marca e modelo de arma usada para matar Daniel, embora o armamento utilizado não tenha sido encontrado.
Nancy foi presa em setembro de 2018, meses após o crime. Ela foi indiciada por homicídio doloso e permaneceu em reclusão durante o julgamento. O júri foi proibido de levar o post em consideração, visto que havia sido publicado há 7 anos quando o julgamento teve início.
Contudo, a promotoria fez referências dissimuladas ao ensaio, sem citar a fonte dos temas que levantaram. Sua motivação teria sido financeira, pois estaria passando por uma crise que pretendia resolver com o seguro de vida do marido. Porém, Nancy negou as acusações.
Em primeiro lugar, sua defesa explicou que o casal havia saído da crise após Daniel ter sacado boa parte do fundo de aposentadoria do cozinheiro. Além disso, afirmou que estava próxima à instituição de culinária por coincidência – ela teria escolhido o local para escrever.
A defesa também alegou que as peças de arma possuídas por Nancy eram “fontes de inspiração” e que Daniel teria sido morto durante um assalto. A promotoria, por outro lado, afirmou que ela teria descartado o cano acoplado ao armamento após concluir o assassinato.
Após deliberar por 8 horas, o júri chegou ao veredito de que Nancy foi responsável pelo assassinato do marido. Lisa Maxfield, advogada da ré, afirmou que a defesa pretende recorrer da sentença condenatória, que pode prever até prisão perpétua, a ser publicada no dia 13 de junho.
0 Comentários