Em 2008, o padre Adelir Antônio de Carli se preparou para um ato de coragem. Ele planejou sobrevoar em uma cadeira suspensa por mil balões de gás hélio na finalidade de conseguir fundos para ações sociais que fazia em sua paróquia.
O padre queria quebrar um recorde mundial e passar 20 horas no ar, numa viagem que se iniciaria no Paraná e iria até Mato Grosso do Sul, porém após oito horas, a mudança de tempo desviou os balões do seu trajeto, levando o padre a ligar para a equipe de resgate em busca de ajuda. “O pessoal está vindo ou não está vindo?”, essa seria as últimas palavras que a equipe conseguiu ouvir do padre que nesta altura já estava sobrevoando o oceano ao invés do continente.
O padre que estava envolvido com a luta por Direitos Humanos ganhou notoriedade da mídia após denunciar agentes públicos que estavam torturando moradores de rua próximo à sua diocese. As denúncias resultaram na prisão dos agentes envolvidos. Ele também tinha um projeto que visava atender aos caminhoneiros, conhecido de Pastoral Rodoviária. Embora fossem diversos projetos, o padre precisava arrecadar mais fundos, levando-o a ter a ideia de voar em mil balões de gás hélio.
O padre já havia feito um voo desses antes, onde saiu do Paraná para a Argentina com 500 balões, porém quis quebrar o recorde passando 20 horas e não apenas 5. O padre foi orientado para acionar o paraquedas reserva caso houvesse imprevistos, mas motivado apenas pela sua compaixão e fé em Deus, o padre viajou em destino ao seu fim.
A equipe de resgate não conseguiu encontrar o padre a tempo, encontrando apenas os restos dos balões furados, como se tivesse no fim de festa. O corpo do padre só foi encontrado após três meses a 100km da costa fluminense e após vários testes, detectou que de fato o corpo era do padre Adelir Antônio de Carli, que segundo os peritos, morreu de hipotermia.
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