Aluna acusada de desviar quase R$ 1 milhão da poupança de formatura dos alunos da USP faturou R$ 326 mil na Lotofácil em 2022.

A polícia acredita que a aluna da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Alicia Dudy Muller Veiga, usou o dinheiro da festa de formatura dos alunos para apostar. Após ser acusada de se apropriar da quantia, veio à tona que a estudante devia R$ 192,9 mil em uma casa lotérica e já era investigada por estelionato e lavagem de dinheiro.

Alicia fazia jogos de alto valor em uma lotérica da zona sul de São Paulo. Na última vez que ela tentou fazer uma aposta, no entanto, teria dado um golpe nos proprietários.

A delegada do DEIC (Delegacia Especializada em Investigações Criminas) de São Bernardo do Campo, Katia Regina Cristofaro Martins, contou que tentava descobrir de onde Alicia estava tirando o dinheiro da aposta, quando descobriu que a estudante chegou a ganhar cinco vezes na Lotofácil em 2022, faturando R$ 326 mil no total.

Porém, na ocasião, os investigadores ainda não sabiam da informação de que ela teria supostamente desviado dinheiro dos alunos da USP. “Fiquei sabendo desse fato novo na última sexta-feira. Agora temos uma pista da origem do dinheiro e pretendo colher depoimento dos alunos da comissão de formatura e da empresa envolvida”, afirmou a delegada ao Estadão.

A mulher, de 25 anos, é suspeita de pegar quase R$ 927 mil da poupança criada pela comissão da festa de formatura, da qual ela era a presidente.

Duas investigações estão em andamento contra a suspeita: uma no 16º Distrito Policial, que instaurou um inquérito para apurar crime de apropriação indébita, relativo ao dinheiro da formatura, e outra na DEIC pelos crimes de estelionato e lavagem de dinheiro no caso da lotérica.

Agora, com os novos fatos, a dedução é que o dinheiro pertencia aos alunos. Foi pedido quebra de sigilo bancário ainda no ano passado. A gente precisava saber como esse dinheiro entrou na conta, quem são as pessoas que colocaram dinheiro na conta, porque até então não sabíamos se ela estava lavando dinheiro para criminosos. Agora temos uma luz no fim do túnel. Precisa ser confirmado se é isso ou só isso mesmo”, explicou o delegado Miguel Ferreira da Silva.

Os dados de transações bancárias serão analisados com a quebra do sigilo e será verificado quem creditou os valores na conta dela. Com isso, a Polícia Civil vai conseguir relacionar as duas situações.