Mohamed Bzeek, por mais de 30 anos, dedica sua vida a cuidar de crianças que ninguém mais deseja, já condenadas à morte. Um grande exemplo de bondade e altruísmo!

Mohamed Bzeek adota apenas crianças em estado terminal, proporcionando a elas o conforto e o cuidado que ninguém mais proporcionaria. É o único homem do seu condado a aceitar essas adoções.

Muitas crianças aguardam nas filas do sistema de adoção o momento em que finalmente terão um lar, uma família. Algumas, infelizmente, nunca saberão o que é partilhar a rotina e os momentos com pessoas adoráveis, que querem apenas o seu bem e se esforçam para vê-las atingir o seu melhor.

A maioria dos pais adotivos deseja uma criança dentro de um padrão que, dificilmente, existe dentro dos lares adotivos: bebês sem irmãos, na maioria das vezes, do sexo feminino. Raras são as famílias que aceitam crianças mais velhas ou com alguma doença ou deficiência. Para essas crianças, que fogem do espectro considerado “normal” pela sociedade, ter uma casa é um sonho distante.

Há mais de três décadas, Mohamed Bzeek age de forma completamente diferente da maioria das famílias adotivas, pois ele recebe apenas crianças em estado terminal, sabendo que logo elas vão morrer. O imigrante muçulmano, que reside em Los Angeles, Estados Unidos, afirma ao Los Angeles Times que já enterrou mais de dez crianças ao longo desses anos, algumas em seus braços.

O amor pela filha adotiva impressiona a todos que acompanham sua trajetória. Ele explica que sabe que ela não o ouve e não o vê, mas isso não significa que não tenha sentimentos, que não tenha alma.

Por isso, faz questão de sempre brincar com a menina, segurá-la, passando-lhe a segurança de que ela precisa para compreender que não está sozinha na vida.

O Departamento de Crianças e Serviços à Família do condado de Azusa, onde Mohamed reside, monitora cerca de 35 mil crianças, sendo que aproximadamente 600 estão sob os cuidados dos Serviços de Gerenciamento de Casos Médicos, que atendem aquelas com necessidades médicas mais graves.

A administradora regional assistente da unidade, Rosella Yousef, explica que, nesses casos, existe extrema urgência em pais adotivos para adotar essas crianças.

Yousef revela que apenas Bzeek, naquela região, auxilia com essas adoções. Ele é o único homem do condado que leva as crianças que todos sabem que não vão sobreviver, por isso, sempre que têm um caso complexo, é o nome que cogitam, quando precisam de ajuda. Os infantes com problemas muito complexos são, normalmente, colocados em instalações médicas, com enfermeiras que atuam como tutoras ou se tornam mães adotivas.

Mohamed é pai-solo, ou seja, cuida das crianças sozinho, sem nenhuma ajuda e, mesmo exausto com a rotina, ainda assim é abordado pelos profissionais do Departamento de Crianças, que precisam de mais lares para outros casos complexos.

Mas, atualmente, todo o seu tempo é empenhado no cuidado dessa filha adotiva, por isso não tem condições de receber mais crianças.