O número crescente de casos do novo coronavírus (COVID-19) no Brasil fez com que o álcool em gel desaparecesse das prateleiras das farmácias. A dificuldade em encontrar o produto fez com que "como fazer álcool em gel" fosse uma das perguntas mais buscadas na internet nesta quinta-feira (12), de acordo com o Google. No entanto, a produção caseira do seu próprio desinfetante não é recomendada por especialistas.
"Existe uma concentração ideal de álcool para que ele tenha ação antisséptica. Em casa, as pessoas não têm os instrumentos ou a matéria-prima correta, e o resultado provavelmente não funcionar", explica a professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP (Universidade de São Paulo), Vladi Consiglieri.
Além da ineficácia, o produto caseiro pode irritar a pele. "Quanto maior a concentração de álcool, mais desidratante. Por isso, é melhor usar o álcool em gel industrializado, que tem ingredientes que não agridem tanto", diz Consiglieri.
Algumas das receitas ensinadas na internet usam materiais como vodca e gel de cabelo, mistura que poderia resultar em vermelhidão e irritação cutânea. A professora ensina que os melhores produtos para prevenir doenças provavelmente já estão na sua casa: água e sabão.
"O ideal mesmo é lavar bem as mãos, por no mínimo 30 segundos, esfregando as dobras dos dedos, os punhos e escovando as unhas", instrui. O procedimento deve ser repetido ao chegar em casa e ao tocar superfícies e objetos que entraram em contato com outras pessoas.
Caso lavar as mãos não seja possível no momento, ela recomenda evitar tocar os olhos, a boca, o nariz e os ouvidos. Mas dá a dica: caso não encontre o álcool em gel em drogarias comuns, procure uma farmácia de manipulação, que pode produzi-lo sem receita.
"Qualquer antisséptico é considerado medicamento e qualquer medicamento só pode ser produzido por farmacêuticos", adverte.
Brasil tem 176 casos confirmados
O Brasil tem 176 casos confirmados do novo coronavírus (COVID-19), de acordo com dados atualizados pelo Ministério da Saúde na tarde deste domingo (15).
Há 15 estados com casos confirmados, e a maior parte das infecções está na região Sudeste. São Paulo tem 112 pacientes, seguido pelo Rio de Janeiro, com 24.
Também há casos no Distrito Federal (8), Rio Grande do Sul (6), Santa Catarina (6), Paraná (6), Goiás (3), Minas Gerais (2), Bahia (2), Pernambuco (2), Amazonas (1), Alagoas (1), Sergipe (1), Espírito Santo (1) e Rio Grande do Norte (1).
De acordo com o Ministério da Saúde, ainda há 1.915 casos suspeitos. Outros 1.470 já foram descartados.
Fonte: CNN Brasil
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