O presidente Jair Bolsonaro disse na noite deste domingo em entrevista à rede CNN que vai instalar um gabinete ampliado de crise para tratar da questão do coronavírus. Mas apontou que considera haver uma certa histeria que seria prejudicial à economia e ao país.

Conversei hoje com o chefe da Casa Civil, instalaremos amanhã um gabinete de crise com mais gente para tomarmos as providências, em especial no tocante à economia. Certas medidas tomadas por governadores, que têm autoridade para fazer isso, precisam ver até que ponto essas medidas vão afetar nossa equipe econômica”, disse. “Quando se proíbe jogo de futebol, entre outras coisas, está se partindo para o histerismo, no meu entender”, disse. Bolsonaro cumprimenta apoiadores em frente ao Palácio do Planalto neste domingo, ignorando riscos de contágio de coronavírus 

Ele disse que vai defender junto à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) que venda somente parte dos ingressos dos jogos e que não simplesmente vede a participação do público.

Não se deve partir para simplesmente proibir isso ou aquilo,porque não vai, no meu entender, conseguir conter essa expansão agindo dessa forma muito rígida”, disse. “Devemos tomar providência, porque pode sim se transformar em uma questão bastante grave o vírus no Brasil. Mas sem histeria. A economia tem que funcionar porque não podemos ter uma onda de desemprego no Brasil”, disse, completando que isso levaria as pessoas a se alimentarem pior e ficarem mais suscetíveis aos problemas do vírus.

Na entrevista, Bolsonaro respondeu às críticas feitas pelos presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP) à ação dele neste domingo, que levou às portas do Palácio do Planalto um ato contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal. “Eu gostaria que eles saíssem às ruas como eu. Nós políticos devemos ser quase que escravos da vontade popular”, disse, afirmando que está tranquilo. “Espero que eles não queiram partir para algo belicoso depois dessas minhas palavras”, acrescentou.

Ele disse que os acordos têm que ser entre os políticos e o povo e não só entre os políticos. “Eu quero aproximação do Rodrigo Maia, do Davi Alcolumbre. Se nós chegarmos a um bom entendimento e partirmos para uma pauta de interesse da população todos nós seremos muito bem tratados, reconhecidos e até idolatrados nas ruas. Eu não quero aparecer e eles não”, disse, sugerindo um encontro com os dois comandantes dos legislativos.