O senador Arolde de Oliveira (PSD-RJ) tinha 83 anos e estava internado na unidade de terapia intensiva de 1 hospital no Rio de Janeiro. O Senado decretou luto oficial de 3 dias.
Aliado de Jair Bolsonaro, ele aplaudia sempre que o presidente se manifestava em pronunciamentos e redes sociais, mesmo que as falas fossem contrárias ao que defendiam recomendações de autoridades médicas.
Em 19 de abril, por exemplo, ele escreveu: “Os números do vírus chinês no mundo e no Brasil demonstram a inutilidade do isolamento social. Autoridades, alarmistas por conveniência, destruíram o setor produtivo e criaram milhões de desempregos. O Presidente @jairbolsonaro, isolado pelo STF, estava certo desde o início.”
Em mais 1 exemplo de alinhamento com Bolsonaro no discurso contrário ao isolamento social, o senador endossou a ideia de que o desenvolvimento da covid-19 no Brasil não seria como na Europa. O presidente acusou a mídia de alarmismo ao relatar casos de países europeus, como Itália e Espanha, que contabilizaram grande número de mortos por covid-19.
“Não sejamos idiotas”, escreveu Arolde de Oliveira. “Na Itália o clima está frio, população idosa, elevado número de fumantes. Não é nosso caso. O Brasil não pode parar.”
Em 11 de agosto, dia em que o Brasil tinha 103.026 mortes por covid-19 e 3.109.630 de infectados pelo novo coronavírus, Arolde questionou o que chamou de “efeito covidão“.
Assim como Bolsonaro, o senador também defendeu o uso da cloroquina, medicamento que não tem qualquer comprovação científica de eficácia contra a covid-19.
Em 16 de março, pouco antes de ser decretado o estado de calamidade pública no Brasil (em 20 de março), o senador escreveu que “o medo e a ignorância são as maiores vulnerabilidades usadas para manipulação das pessoas”.
Dias depois, em 22 de março e já com o estado de calamidade pública em vigor, escreveu: “Conclamo os patriotas, comprometidos com a nação, a continuarem apoiando sem restrições o Presidente @jairbolsonaro que é sensato em evitar o pânico. O caos só interessa aos inimigos do Brasil (esquerdopatas e aliados que devastaram o País) corja de irresponsáveis.”
No mesmo dia, 22 de março, colocou-se ao lado de Bolsonaro na tensão com governadores. O presidente criticou a ação dos governadores no combate à covid-19 e chamou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), de “lunático” por ter decretado quarentena do Estado.
Arolde escreveu que Bolsonaro deveria “garantir a operação dos corredores de abastecimento, e para isso tornar sem efeito alguns Atos de Governadores que extrapolaram suas atribuições”.
Segundo o senador, os governadores estariam usando a pandemia como “fonte de recursos para salvar governos estaduais em calamidades financeiras anteriores à crise“. “Contratos emergenciais sem licitação, roubalheira certa. Mensalão, petrolão e, agora? Será um coronão?“, escreveu, remetendo a pergunta ao senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente.
Assim como Bolsonaro e o presidente norte-americano Donald Trump, o senador se referia ao novo coronavírus como “vírus chinês”.
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