A greve dos transportadores de combustíveis de Minas Gerais, anunciada nesta quinta-feira (21), já reflete em desabastecimento de postos de combustíveis de Belo Horizonte e região metropolitana. A paralisação, que ocorre desde a madrugada, protesta contra o alto valor do ICMS no Estado. 

Nesta manhã, cerca de 800 tanqueiros fizeram uma manifestação em frente às principais distribuidoras de combustíveis de Minas. De acordo com o Sindicato dos Tanqueiros de Minas (Sindtanque-MG), o que está sendo reivindicado, além da redução do imposto do diesel e demais combustíveis, é a manutenção das políticas das refinarias e do governo de Minas. 

Diante da paralisação, aqueles que tinham um baixo estoque de combustíveis já passam por problemas. É o caso de um estabelecimento localizado na avenida Pio XII, próximo à Via Expressa, em Contagem, na Grande BH. Desde o início da tarde, falta gasolina e etanol no local. 

Em um posto localizado na rua Mato Grosso, no Barro Preto, na região Centro-Sul da capital, as filas estão “quilométricas”, segundo funcionários. Diante da não entrega de combustíveis, não há confirmação de que o estoque irá durar por muito tempo. 

De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado (Minaspetro), alguns postos já começam a ter falta de combustíveis por conta do baixo estoque. Em nota, o órgão afirmou que apoia a paralisação dos caminhoneiros e que tem trabalhado junto às autoridades para reduzir o ICMS dos combustíveis. 

A redução do preço dos combustíveis é uma luta antiga do Minaspetro, que tem dialogado permanentemente com o governo de Minas para buscar alternativas para cessar os aumentos do PMPF – base de cálculo para o tributo –, propondo o congelamento do preço de pauta, como já foi realizado por alguns estados da federação”. 

Paralisações

Em 2021 os caminhoneiros do transporte de combustíveis de Minas já fizeram outras duas paralisações. Na primeira, em fevereiro, os tanqueiros reivindicavam a redução de 15% para 12% no ICMS. Na época, o governo mineiro anunciou que as mudanças no valor dos combustíveis não eram em função do imposto e sim da política de preços praticada pela Petrobras.

Em setembro deste ano, durante o feriado de sete de setembro, o Sindtanque confirmou a adesão dos profissionais a mais uma paralisação. Como no início do ano, eles pediam manutenção no preço dos combustíveis. A resposta do Estado esclareceu que as alíquotas não sofreram nenhuma alteração.