Em assembleia, categoria recusou propostas de reajuste salarial e de benefícios das empresas. Caso não haja acordo em nova reunião nesta quinta, rodoviários podem cruzar os braços

Depois da greve de dois dias que afetou a ida ao trabalho e a compromissos dos usuários do transporte coletivo em Belo Horizonte, é a vez dos passageiros de ônibus do transporte público da região metropolitana ficarem em alerta.

Na última terça-feira (23), em assembleia organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários da Região Metropolitana de Belo Horizonte (STRRMBH), os rodoviários que atendem oito cidades da região metropolitana decidiram recusar a proposta de ajuste salarial e de benefícios oferecida pelo sindicato das empresas e entrar em estado de greve. Com isso, uma paralisação pode ser iniciada pela categoria na madrugada da próxima segunda.

Segundo o secretário-geral do STRRMBH, Webert de Paula Agostinho, a proposta oferecida pelas empresas não atende ao que é reivindicado pela categoria. "As propostas foram reprovadas pelos trabalhadores. A proposta foi de aumento de 5% no salário em janeiro, mais 4% em março. Mais 5% de aumento no tíquete refeição retroativo a outubro, com mais 4% em janeiro, além de aumento de 15% no adicional suplementar em janeiro com mais 5% em março", disse o dirigente sindical. 

A proposta dos trabalhadores pede que o aumento no salário e no tíquete-refeição seja o valor do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) somado com mais 6%. Já no adicional complementar, que é o valor pago aos motoristas para também cobrarem a passagem dos usuários, a proposta da categoria é de aumento de 20%.

Após a recusa das propostas, a categoria entrou em estado de greve. Uma nova reunião com o sindicato que representa as empresas está marcada para a manhã desta quinta-feira (25). Caso não haja acordo, uma greve pode ser iniciada na próxima segunda nas oito cidades atendidas pelo STRRMBH: Sabará, Pedro Leopoldo, Ribeirão das Neves, Santa Luzia, Lagoa Santa, Confins, São José da Lapa e Vespasiano. 

"Se der impasse, nós vamos para o Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MG) e podemos comunicar todos os órgãos competentes da greve, respeitando o prazo de 72 horas para poder iniciar. Se ocorrer, a greve começaria na meia-noite de domingo para segunda-feira", pontuou.

Falta dinheiro

O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros Metropolitano (Sintram), que apresentou a proposta aos trabalhadores, alegou que tem se esforçado para anteder as demandas, mas a situação econômica não é favorável. Confira a nota na íntegra:

"O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros Metropolitano – SINTRAM, informa que vem realizando, semanalmente, reuniões com os trabalhadores que atuam no sistema de transporte metropolitano, afim de chegar a um acordo sobre os reajustes salariais reivindicados pela categoria. Devido ao constante diálogo entre o SINTRAM e os trabalhadores, já houve importantes avanços nas negociações, mas algumas questões ainda estão em fase de discussão. O SINTRAM confirma que na manhã desta quinta-feira (25), será realizada uma nova reunião. O SINTRAM e suas empresas associadas reforçam que mesmo diante de todas as dificuldades financeiras estão se esforçando para oferecerem os reajustes salariais e manterem os benefícios previstos nas Convenções Coletivas de Trabalho."

O que diz o governo

Procurada, a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra) disse que acompanha a situação. Confira a nota na integra:

"A Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra) informa que tem acompanhado diariamente as negociações com o sindicato das empresas de ônibus metropolitanos e aguarda por atualizações sobre o desfecho da situação. Nesta Quinta-feira uma nova reunião será realizada pelo Sintram com os trabalhadores."