Em plena pandemia, faz escola o mau exemplo protagonizado há pouco tempo pelo prefeito de Borba (AM), Simão Peixoto Lima (PP), e pelo ex-vereador Erineu Alves da Silva, que resolveram tirar suas diferenças provincianas em um combate de UFC financiado ninguém sabe por quem.

Com forte repercussão nas redes sociais, e sendo alvo de ironias e críticas ácidas em órgãos internacionais de imprensa, como o britânico The Guardian, o UFC borbense virou moda e está sendo imitado na cidade de Santa Luzia. 

Para desviar a atenção da imprensa da capital Belo Horizonte do aumento vertiginoso de casos de Covid-19 e o absurdo aumento da tarifa dos coletivos urbanos municipais, o prefeito Christiano Xavier (PSD), e seu braço direito,  o presidente da Câmara Municipal, Wander Carvalho Jr (PSD), marcaram uma luta de boxe para inaugurar o novo Centro Municipal de Lutas, no próximo dia 26. Tal como aconteceu em Borba, os dois estão abastecendo as redes sociais com postagens virulentas com o objetivo de atrair um grande público para o evento folclórico.

Treinamento para moer no desafio. Vai ser pombo sem asa para todo lado”, postou o prefeito em suas redes. “Respeito nossa amizade, mas vou encher sua cara de porrada”, devolveu o vereador. Os dois pouco ligam se o que fazem afronta ou não o decoro dos cargos que ocupam ou se a população agoniza sem atendimento nos principais pronto atendimentos da cidade. 

Até agora, o Ministério Público de Minas Gerais não se manifestou sobre o mau exemplo de Christiano e Wander, e no Amazonas o MP também precisa concluir o inquérito civil instaurado para apurar se houve ou não uso ilegal de recursos públicos e, portanto, improbidade administrativa, quando da realização do UFC entre Simão e Irineu.

O que se sabe, é que a ação tem gerado muitas críticas ao mandatário luziense, que parece não se preocupar com os comentários contrários, afinal, tem banido de suas redes sociais aqueles que criticam os desmandos de sua gestão. 

FARRA COM DINHEIRO PÚBLICO

Apesar da afirmação do prefeito de que a luta seja algo pessoal e que não deva gerar custos à municipalidade, seis atas foram abertas pelo secretário de Administração Thiago Henrique para compra de materiais para o evento. Juntas, as atas somam gastos na casa dos 600.000,00 reais em compras feitas em seis fornecedores. 

A adesão de atas para contratação de produtos é um procedimento menos transparente, haja vista que os preços praticados para compra dos insumos e equipamentos, fica a cargo do gestor ou no caso o secretário (contratante). 

De acordo com o informativo Santa Luzia Já, alguns preços praticados na compra destes equipamentos, estão 70% acima dos anunciados em outras licitações. É uma luta, que deverá custar caro ao bolso já surrado do cidadão Luziense.