A Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra) lançou nesta segunda-feira (24), o edital de licitação para a concessão do Terminal Rodoviário de Belo Horizonte, além de outros cinco terminais e 17 estações metropolitanas. A expectativa é de as propostas de empresas interessadas em administrar as estruturas sejam conhecidas no dia 14 de março,  às 14h, durante concorrência pública na Bolsa de Valores (B3), São Paulo.

Além da Rodoviária de Belo Horizonte, os investimentos vão ser destinados também para os terminais metropolitanos de Sarzedo, Ibirité, Justinópolis, Morro Alto (Vespasiano) e São Benedito (Santa Luzia). Dezessete das 35 estações do Move Metropolitano que hoje são administradas por empresas de ônibus também serão beneficiadas. 

O valor do lance mínimo será de R$ 1.036.779,38. A concessão será de 30 anos. Além do lance, o subsecretário de Transportes, Gabriel Fajardo, explica que a empresa vencedora deverá investir, nos primeiros 36 meses de administração, R$ 116 milhões que devem ser utilizados na melhoria dos serviços e das estruturas dos terminais e estações. 

A concessionária que assumir a rodoviária de Belo Horizonte, assume também os terminais e estações metropolitanas. Nos seis primeiros meses já se prevê investimentos como a disponibilização de wifi gratuito, reforma de  banheiros, dos fraldários e da sinalização. Nos 36 primeiros meses R$ 116 milhões serão investidos em melhorias estruturais e da capacidade desses equipamentos”, explicou.

Segundo o governo, o custo operacional anual da rodoviária é da ordem de R$ 24 milhões. O contrato prevê que as tarifas dos ônibus não sofram alterações. Outros quatro terminais metropolitanos que não são atualmente administrados pelo Estado também podem ainda ser beneficiados com a parceria. É o caso, por exemplo, do Terminal São Gabriel, atualmente administrado pela Companhia Brasileira De Trens Urbanos (CBTU).

A gente entende que o Estado está em déficit fiscal e isso é atração de investimento privado.  Assim a gente consegue trazer investimento e melhorias sem aumentar a tarifa para o usuário. O contrato, inclusive, já prevê a incorporação de novos equipamentos e terminais que não são de propriedade do Estado. No caso do São Gabriel, estamos em diálogo com a CBTU para firmarmos um convênio para nos autorizar a fazer essa delegação. Se for interesse da CBTU  é interesse do Estado”, afirmou Fajardo.

Melhorias

As melhorias que precisam ser feitas pela concessionária vencedora vão ser dividida em duas etapas. Nos seis primeiros meses, além das revitalizações citadas pelo subsecretário de transportes Gabriel Fajardo e a disponibilização de wifi gratuito, as esteiras, elevadores e escadas rolantes serão revisados e haverá troca de tomadas de energia elétrica. 

Na segunda etapa, em até 36 meses, a concessionária precisa realizar projetos estruturais na Rodoviária de Belo Horizonte. As obras incluem a recuperação da pavimentação do local e melhoria do sistema de drenagem de todo o imóvel.

Usuários aprovam

Morando na Bahia, mas com propriedades em Belo Horizonte, o comerciante Eliseu Leal Pereira, 52 afirma que o terminal rodoviário da capital melhorou muito nos últimos anos, mas destaca que alguns detalhes precisam ser revistos. 

"As tomadas para carregar celulares, por exemplo. Em alguns assentos a gente poderia ter mais tomadas. A procurar é muito grande por isso. No Natal, por exemplo, a procura por isso é muito grande", disse.

O aposentado Valdir Carvalho Faustino, 65 afirma que o terminal tem atendido as expectativas, mas qualquer melhora que vier vira vantagem para os usuários. "Parece que está bom, mas se melhorar algo pode ser bom para o usuário. Estou saindo de Belo Horizonte e vou para Matozinhos, visitar a minha filha. Os ônibus podiam melhorar também. Estão péssimos e muito cheios", reclama o aposentado. 

A aposentada Rosemeire de Castro, 64, também confirma que os serviços estão bons no terminal rodoviário, mas talvez a sinalização possa ser melhorada. "É preciso fazer uma levantamento do que está faltando pra ver direito as melhorias que podem ser feitas. Seria bom uma placa indicando o que pode e o que não pode fazer aqui na rodoviária, trazendo mesmo a Lei", sugeriu. 


Fonte: O Tempo