No quintal de casa, na Ocupação Vitória, em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a faxineira Eliane César, de 47 anos, usa pedaços de madeira de um sofá velho para cozinhar em um fogão a lenha improvisado. Essa é uma tentativa de economizar, já que, sem dinheiro, a família ficou sem gás de cozinha por um mês. Enquanto isso, a Prefeitura de Santa Luzia, divulga em suas redes sociais, a inauguração de um Clube de lazer de mais de 15 mil m² para seus servidores.
Estava difícil. Mas vai piorar. Um novo reajuste no preço do gás passa a valer a partir de hoje. O preço médio de venda do GLP da Petrobras para as distribuidoras foi reajustado em 16,1%.
"A situação é muito difícil, às vezes falta comida. Esta semana consegui um óleo com a irmã da igreja. Este mês, meu marido fez um 'bico' e conseguimos comprar o gás por R$ 110. Mas mês passado não teve como, fiquei um mês sem gás. Arranco madeira de sofá velho para cozinhar e ter o que comer", desabafou Eliane.
Enquanto isso, a gestão do prefeito Christiano Xavier ostenta a inauguração de um clube campestre destinado a seus servidores, custeado exclusivamente com recursos próprios.
Além de duas piscinas, uma para adulto e uma infantil, o clube conta com campos e quadras de futebol, quiosques para churrasco, saunas, vestiários e uma quadra de areia para a prática de futevolei e Beach Tennis. O local também conta com uma brinquedolândia, além de um restaurante. O investimento para a construção do espaço foi milionário.
Por outro lado, familias atingidas pelas chuvas do início de ano ainda aguardam ajuda da gestão municipal que já recebeu aportes do Governo federal para auxilio aos atingidos. Assim como ocorreu em 2019 e 2020, o recurso ainda não saiu dos cofres do executivo.
Como é o caso de Eliane, milhares de Luzienses vivem em situação de calamidade, completamente esquecidos pelo Poder público.
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