A Câmara Municipal de Santa Luzia, por meio da Comissão de Política Urbana, Rural e Habitação, juntamente com a Comissão de Administração Pública e a Comissão de Finanças, Orçamentos e Tomadas de Contas, realizou na última quinta-feira (28/04) uma audiência pública para debater a desvalorização de Lotes Comerciais localizados no Bairro Novo Centro e que são de propriedade da COHAB (companhia de Habitação de Minas Gerais).

Além do presidente da câmara Municipal, Wander Carvalho, Barões da política luziense possuem lotes no local. Longe de protestarem contra a falta de infra-estrutura, mutuários, querem ver longe 722 famílias oriundas da ocupação Vicentão e que tem acordo com a COHAB para reassentamento no Bairro. 

A realocação das famílias, fechada em 2018, definiu que elas devem ocupar um terreno pertencente à empresa na cidade. Estas pessoas, hoje sem auxilio da Companhia de Habitação e sem para onde ir, esperam ansiosamente pelo anúncio do reassentamento para reiniciarem suas vidas. O problema, é que tratam de famílias de baixo poder aquisitivo e oriundas de uma invasão, o que na ótica dos proprietários de terrenos, desvalorizariam seus empreendimentos. 

Abandonado há 6 anos pelo Poder público, o Bairro Palmital é um bom exemplo do compromisso da Prefeitura para com a periferia da cidade. Sujo, com iluminação precária, ruas esburacadas e a população desassistida, um dos maiores celeiros de talentos da cultura luziense não é prioridade para a gestão municipal. Em vez de investir para trazer melhorias ao bairro, os vereadores em parceria com o executivo, medem forças para impedir um reassentamento em um bairro comercial que só existe no papel. Em dois anos de trabalhos legislativos, o bairro pouco foi citado nas audiências públicas, mas o Novo centro.... Há de se frisar que audiências públicas não são de graça e uma ação que beneficia um pequeno grupo de mutuários, pode significar o fim do sonho de mais de 3 mil pessoas. 

Enquanto isto, após a assinatura do Contrato da Prefeitura com a Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais) que não foi contestado pelos vereadores, os problemas de desabastecimento se multiplicam.  

É o Executivo e o Legislativo Luziense legislando em causa própria: Mais uma vez! 


Daniel Carlos é Pós graduado em ciência política pela Unicamp e escreve ao Vitrine sobre Política