Motoristas das linhas do BRT/Move em Santa Luzia, seja as linhas de diretos, semi diretos ou paradores se queixam da falta de períodos de descanso. 

Segundo um dos motoristas que nos procuraram para denunciar a situação, não "há tempo para ir no banheiro fazer xixi". De acordo com o funcionário, ao contrário do que ocorre nas linhas alimentadoras (os vermelhos) onde os motoristas costumam atuar na mesma linha ou com horários alternados, os motoristas que atuam nas linhas do BRT/MOVE não tem uma linha fixa e isto faz com que a rotina (já que as viagens são mais longas) seja muito desgastante. "Pela manhã você é escalado em uma linha do 411, mal chega é avisado que saírá no 412 e vai alternando até o fim do expediente. Como algumas das viagens é mais longa que as outras não é possível fazer o intervalo ao qual tem direito. 

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O trabalhador revelou ainda que os vencimentos (prêmios) a que tinham direito durante a pandemia não foram pagos até hoje. 

Os motoristas que atuam nas linhas municipais não tem visto com bons olhos o programa "tarifa zero", que segundo alguns deles, só beneficia a empresa. Segundo um dos trabalhadores que não quis se identificar, a empresa reduziu o número de viagens, quando na verdade o acordo foi aumentar. Outro ponto são as gratificações que os motoristas recebem pela dupla jornada (motorista e cobrador) deixa de ser paga nos dias de tarifa zero, já que a catraca é liberada e o serviço não é executado. 

Além de pouco valorizados pela empresa e pela população, estes profissionais perderam parte dos direitos durante o período de pandemia. Hoje o serviço é muito precarizado e as jornadas estafantes. Grande parte dos motoristas que atuam nas linhas do BRT/MOVE em Santa Luzia estão desistindo (muitos pedindo conta) e procurando outras empresas para atuar. "A Rodap já foi uma das melhores empresas da RMBH para trabalhar, hoje o risco de uma infecção, de adquirir uma doença pelas más condições de trabalho é uma dor de cabeça constante. O valor que é pago não vale a pena pelo risco que você acaba correndo" denuncia o profissional.