Os pesquisadores concluíram que ter mais de um parceiro pode ser interessante para as mulheres.

Os pesquisadores chegaram a uma conclusão muito interessante sobre as diferenças na vida das mulheres que têm mais de um parceiro.

Embora seja comum em diversos países, na nossa cultura, a poligamia não é vista com bons olhos por grande parte da sociedade. Fomos criados para compreender como certos os relacionamentos entre duas pessoas, e passamos a vida acreditando que esse é o melhor caminho para seguirmos.

No entanto, será que a ciência apoia o nosso tipo de pensamento? Embora esse seja um assunto bastante complexo, que divide opiniões e precise de bastantes pesquisas para que se chegue a um veredito, algumas pesquisas mostram que ter mais de um parceiro pode ser muito interessante para as mulheres em determinadas ocasiões.

Um artigo publicado no Science Daily apresenta uma pesquisa curiosa, realizada pela Universidade da Califórnia em Davis, que tem Monique Borgerhoff Mulder, professora de antropologia da UC Davis, como pesquisadora principal.

A professora coletou dados sobre nascimentos, mortes, casamentos e divórcios de todas as famílias em Pimbwe, uma vila no Oeste da Tanzânia, ao longo de vinte anos. O coautor do estudo, Cody Ross, que tem pós-doutorado em Antropologia Evolucionária, analisou os dados demográficos e descobriu que as mulheres que mudavam de cônjuge tendiam a ter mais filhos sobreviventes. Além disso, estavam mais protegidas de crises econômicas e sociais.

Embora não tenham conseguido definir as razões exatas de sua descoberta, os pesquisadores sugeriram que ter vários parceiros pode ser uma estratégia sábia para mulheres que vivem em locais onde a produtividade econômica e a saúde dos homens pode variar radicalmente ao longo da vida em decorrência das condições ambientais desafiadoras.

Borgerhoff Mulder explicou que, em locais como o do estudo, existe uma competição direta entre as mulheres para o acesso aos “recursos”, que são: “cônjuges de alta qualidade, vários zeladores para ajudar na casa e na fazenda e (pelo menos neste contexto cultural específico) sogros prestativos”

Ela ainda esclareceu que, na cultura Pimbwe, o casamento é algo mais informal, por isso o divórcio é fácil e pode ser realizado por qualquer um dos parceiros. Além disso, por lá, homens e mulheres podem ter mais parceiros sexuais do que de casamento. Os resultados dividem opiniões. Enquanto alguns acreditam que essa teoria só funciona em locais como o estudado pelos pesquisadores, outros acham que pode valer em qualquer lugar do mundo.