Após o ex prefeito de Santa Luzia, hoje deputado estadual Christiano Xavier, ignorar completamente a precariedade do Transporte coletivo intermunicipal de Santa Luzia e ainda propor um financiamento multi milionário para custear engana trouxa programa tarifa zero, que vale apenas para finais de semana e para as linhas municipais, as deputadas Bella Gonçalves do Psol e Macaé Evaristo do PT, visitaram o Terminal Metropolitano do Move em Santa Luzia, na noite da última quinta-feira 26 e puderam ver com os próprios olhos a luta do luziense, que desde 2016, é escravo de um péssimo serviço ofertado pela rodap e nunca questionado pela atual gestão. 

Graves problemas no transporte público de passageiros ficaram evidentes no Terminal Metropolitano do Move, do bairro São Benedito, em Santa Luzia. Em visita ao local na noite da última quinta-feira 26, parlamentares da Assembleia Legislativa de Minas Gerais constataram que é grave a situação do transporte metropolitano. As deputadas conversaram com usuários, que fizeram várias críticas à estrutura precária e as deficiências no funcionamento do sistema. 

Atrasos

As principais queixas recaíram sobre os ônibus, em sua maioria velhos, alguns chegando a 18 anos de uso, com problemas no ar condicionado e falhas constantes durante as viagens. Outro gargalo é o número insuficiente de veículos, levando usuários a esperarem mais de 1 hora para conseguir embarcar e depois, ficarem mal acomodados em ônibus lotados.  

A dificuldade se agrava nos fins de semana e feriados ou após 23 horas, quando muitas linhas deixam de operar. Dessa forma, passageiros que chegam ao terminal no Move para pegar outros ônibus até suas casas, muitas vezes são obrigados a ir a pé, devido à interrupção da linha naquele período. 

Alguns passageiros reivindicaram ainda a integração de linhas suplementares ao Move, para que, com uma única passagem, possa fazer o percurso de seus bairros até Belo Horizonte. 

Passagens caras

Mesmo estando com melhor aparência devido a uma reforma recente, o Terminal São Benedito não oferece letreiros com informações on-line dos horários de chegada de ônibus. No local, há banheiros, mas é cobrado o valor de R$ 2 para usá-los, o que também é alvo de reclamações. Diversos usuários disseram que já pagam passagem cara, na faixa de R$ 8 e ainda tem que pagar pelo uso do banheiro. 

Outra queixa foi quanto ao uso de catracas duplas que dificultam a entrada de mães com crianças de colo e de obesos, entre outros. Há alguns anos, o hoje deputado estadual Christiano Xavier chegou a elogiar a iniciativa e disse inclusive ter sido o autor do pedido de instalação destas catracas nas linhas alimentadoras de santa luzia. 

Alguns cidadãos de Santa Luzia pediram que fosse instalada cobertura para todo o terminal, já que a pista dos ônibus é aberta. 

Toda essa situação leva a confusões e brigas no terminal, segundo o usuário Jobert Ribeiro. Segundo ele, não há fiscalização e os motoristas fazem o que querem, sem qualquer respeito aos passageiros. E quando o passageiro reclama ainda é maltratado. “Vocês da Assembleia avisaram que iam fazer a visita; aí, tem ônibus toda hora; mas venham aqui num domingo, sem avisar. O ônibus demora mais de uma hora”, reclamou.

Alguns presentes disseram que já fizeram reiteradas reclamações ao Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem, quanto ao funcionamento do terminal e não obtiveram retorno. Da mesma forma, tentaram junto à Rodap, empresa que detém as linhas em Santa Luzia, e não tiveram resposta. 

Média de idade da frota é de 10 anos

O diretor de Fiscalização de Transporte Coletivo da Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias Seinfra, Diovane Leopoldino, falou em nome do governo. Ele reconheceu que há de fato ônibus com 18 anos de uso, e que a média de idade da frota, que tem 2.600 veículos, é de 10 anos. Complementou que aos poucos estão sendo trocados ônibus velhos por mais novos, tanto que em 2023, foram 300 trocas.

Outro ponto é a falta de fiscais para monitorar o terminal. O D.E.R quando envia um fiscal é por denúncia, ficando a cargo da própria Rodap a fiscalização dela mesma. Apesar do Seinfra possuir um sistema de monitoramento de toda a frota, é frquentes das queixas de usuários de coletivos que voltam de Belo Horizonte com os coletivos vazios. No vitrine já denunciamos várias vezes, inclusive com depoimentos de motoristas, que a ordem vem da garagem. 

A diretoria de estadas de rodagem, mantém apenas 12 fiscais para todo o estado, desta forma o órgão não dá conta da fiscalização das linhas e deixa de multar as empresas que insistem em circular com coletivos caindo aos pedaços como é o caso de santa luzia. 

Sobre as catracas duplas, Diovane disse que elas reduziram muito a evasão e a vandalização de estações do Move. Se antes a média mensal por cada estação era de 60 a 80 mil passageiros, atualmente, caiu para 20 a 200.  A Estação do Move São Benedito recebe de 27 mil a 30 mil passageiros por dia.

Pandemia

Marcos Negraes, gerente do Setor de Fiscalização do Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano Sintram, disse que a pandemia causou sérios prejuízos ao sistema, devido à redução de 30% nos passageiros. Mas a entidade negocia com o Governo de Minas para promover a renovação da frota gradualmente. 

Ainda citou como gargalos a evasão, a criminalidade e a violência presentes nos terminais. O transporte clandestino de passageiros também foi considerado um vilão, por retirar recursos do transporte convencional, desequilibrando ainda mais o sistema. 

O defensor público Paulo Almeida avaliou que o desafio é enorme na área de transporte, pois o problema se arrasta há anos. Ele defendeu a revisão do contrato com as empresas de transporte que prestam o serviço na RMBH, o que propiciaria melhorias aos usuários. O contrato do transporte metropolitano tem duração de 30 anos e está completando 15 anos, quando é possível revisá-lo.

Em Santa Luzia o tema é evitado a todo custo, já que o principal argumento dos gestores é de que o contrato que compete aos políticos locais é municipal e já foi renovado por mais 30 anos, mesmo este contrato sendo questionado por sua regularidade na justiça.

Os deputados que estiveram em Santa Luzia, não houve a presença de Christiano Xavier, prometeram encaminhar uma representação ao Ministério Público para que atue junto ao governo no sentido de exigir a fiscalização da frota da Região metropolitana de Belo Horizonte, apurando falhas de manutenção que provocaram acidentes e danos aos usuários.


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